Agronegócios
10h30 17 Abril 2025
Atualizada em 17/04/2025 às 10h30

Clima afeta safra de cana 2024/25, mas país mantém alta produção de açúcar e etanol

Por Redação TV KZ

A safra de cana-de-açúcar 2024/25 está prevista para encerrar com uma produção de 676,96 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 5,1% em relação ao ciclo anterior, segundo o 4º levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira (17). Apesar da redução, este volume é o segundo maior já registrado na história da companhia.

A diminuição é atribuída a condições climáticas adversas enfrentadas ao longo da sazonalidade, especialmente na região Centro-Sul, que responde por 91% da produção nacional. Fatores como baixos índices de chuva, altas temperaturas e queimadas prejudicaram o desenvolvimento dos canaviais e resultaram em uma queda na produtividade média para 77.223 quilos por hectare.

Cana: queda no Sudeste e estabilidade no Centro-Oeste

No Sudeste, a principal região produtora do Brasil, a produção caiu 6,3%, totalizando 439,6 milhões de toneladas. Embora a área plantada tenha aumentado em 7,5% (5,48 milhões de hectares), a produtividade sofreu uma queda de 12,8%, alcançando 80.181 quilos por hectare.

No Centro-Oeste, a produção se manteve praticamente estável, com um pequeno aumento de 0,2%, totalizando 145,3 milhões de toneladas. A área plantada também cresceu 4%, alcançando 1,85 milhão de hectares, mas a produtividade apresentou uma queda de 3,7%, com 78.540 quilos por hectare.

Em regiões como o Nordeste, a produção foi estimada em 54,4 milhões de toneladas, uma queda de 3,7%. Já na região Sul, a produção também teve queda, totalizando 33,6 milhões de toneladas, uma retração de 13,2%. Por outro lado, o Norte é a única região que apresentou avanços na produção, com 4 milhões de toneladas, marcando crescimentos de 1,4% em área e 1,1% em produtividade.

Produção de açúcar e etanol se mantém elevada

Apesar da menor colheita de cana, a produção de açúcar atingiu 44,1 milhões de toneladas, uma diminuição de 3,4%, mas ainda se mantendo como o segundo maior volume da série histórica, impulsionada pela elevada demanda no mercado internacional. No etanol, a produção total cresceu 4,4%, atingindo 37,2 bilhões de litros. Embora a produção derivada da cana tenha caído 1,1% para 29,35 bilhões de litros, isso foi compensado pelo expressivo aumento do etanol de milho, que alcançou 7,84 bilhões de litros, resultando em uma alta de 32,4% em comparação com a safra anterior.

Exportações: açúcar em alta, etanol em queda

As exportações brasileiras de açúcar permaneceram estáveis, totalizando 35,1 milhões de toneladas, mas com uma queda de 8,2% na receita, que somou US$ 16,7 bilhões, em decorrência da diminuição nos preços internacionais. As exportações de etanol, por sua vez, registraram uma redução de 31%, com 1,75 bilhão de litros enviados para o exterior. Contudo, o etanol de milho está ganhando destaque, contribuindo para a oferta e a estabilização de preços internos durante a entressafra da cana.

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