Jovens agricultores de várias partes do Brasil estão implementando práticas agrícolas sustentáveis, como sistemas agroflorestais (SAFs) e plantio direto. Essas iniciativas têm como objetivo aumentar a produtividade, minimizar os impactos ambientais e adaptar a produção às mudanças climáticas. A ação é parte da campanha Mãos da Transição, que busca valorizar e divulgar práticas responsáveis entre pequenos produtores, especialmente os jovens.
No município de Pacaraima (RR), na divisa com a Venezuela, uma jovem da comunidade indígena Kawê está utilizando os SAFs para cultivar café arábica, resultando em um produto de alta qualidade, reconhecido por sua certificação de origem e comercializado em cafeterias renomadas da região.
Outro exemplo ocorre em São Miguel do Guaporé (RO), onde um agricultor ressalta os benefícios do SAF em sua produção de frutas e café, verificando melhorias significativas nas áreas onde o sistema foi aplicado, favorecendo um ecossistema mais equilibrado.
Em Tomé-Açu (PA), integrantes de uma cooperativa agrícola estão adotando os SAFs para diversificar suas culturas e preservar tradições. Uma jovem pesquisadora que integra esse esforço tem se dedicado ao consórcio de dendezeiro com diversas espécies nativas.
No Vale do Jequitinhonha (MG), uma agricultora está promovendo o plantio direto em sua propriedade de um hectare, cultivando uma variedade de frutas e buscando se destacar na região como a maior produtora desse método. Ela também tem o objetivo de inspirar outros agricultores a seguir esse caminho.
As experiências desses jovens são compartilhadas nas redes sociais por meio da campanha Mãos da Transição, que documenta em vídeo suas rotinas e os resultados obtidos. A campanha é uma parceria entre diversas organizações que atuam em prol da agricultura familiar e sistemas alimentares sustentáveis.
Segundo o IBGE, a agricultura familiar é responsável por uma parte significativa dos alimentos consumidos no país, como feijão, arroz, milho e mandioca. Portanto, a adaptação desses sistemas às mudanças climáticas é vital para reduzir a vulnerabilidade à inflação dos alimentos. A ONU prevê que mais de 90% das propriedades rurais no mundo são familiares e produzem mais de 80% dos alimentos em valor, embora muitas delas possuam menos de 2 hectares e necessitem de políticas públicas adequadas.