Amazônia
17h20 27 Abril 2025
Atualizada em 27/04/2025 às 17h20

Amazônia: cientistas coletam insetos em 10 mil ha e esperam descobrir novas espécies

Por Redação TV KZ

Uma equipe composta por 34 pesquisadores passou seis dias na Amazônia, na Estação Experimental de Silvicultura Tropical, também denominada Reserva ZF2 do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), com o intuito de coletar espécies de insetos em uma área de 10 mil hectares da maior floresta tropical do planeta.

A expedição, realizada em novembro de 2024, faz parte de dois projetos: BioInsecta e BioDossel – Insetos na copa das árvores. Ambos visam investigar e monitorar a diversidade de insetos que habitam diferentes estratos acima do solo, alcançando até 30 metros de altura, para sua conservação.

De acordo com os especialistas, a copa das árvores é um dos ambientes terrestres menos explorados pela ciência. O grupo, formado apenas por entomólogos, coletou mais de 1.400 amostras, cada uma composta por dezenas a milhares de insetos de diferentes ordens.

A missão teve como objetivo coletar a diversidade de insetos que habitam ambientes específicos da floresta, como corpos d'água, solo, troncos e áreas no alto das árvores. Todo o material foi preservado para análises moleculares posteriores, permitindo uma identificação mais precisa das espécies.

Segundo um dos pesquisadores, a análise do material coletado levará tempo, mas os resultados prometem ampliar significativamente o conhecimento sobre a biodiversidade local. Os projetos BioInsecta e BioDossel têm o potencial de se tornar referências em biodiversidade na literatura científica, tanto em relação ao número de espécies coletadas quanto àquelas identificadas e com DNA sequenciado.

A expedição é considerada uma das maiores em termos de especialistas em entomologia na Floresta Amazônica, cobrindo cerca de 20 das 28 ordens de insetos conhecidas no Brasil. Os pesquisadores estimam que metade dos insetos coletados durante a expedição pode ser de espécies novas, ainda não descritas pela ciência.

As armadilhas utilizadas na coleta foram projetadas para capturar insetos em cinco estratos da floresta, desde o solo até a copa das árvores. A cada 14 dias, as áreas de coleta são visitadas, com uma média de 59 mil insetos capturados em cada local ao longo desse período.

A pesquisa incluiu diversas técnicas de coleta para atender ao comportamento dos insetos, utilizando armadilhas com iscas e luzes, bem como coletas manuais. Após a coleta, os espécimes foram levados a um laboratório improvisado para análise preliminar.

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