Brasil
15h00 10 Abril 2025
Atualizada em 10/04/2025 às 15h00

STJ: relator vota para que tempo de amamentação reduza pena de presas

Ministro do STJ propõe que tempo de amamentação conte como trabalho para redução de pena.
Por Redação TV KZ

No dia 9, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) votou a favor de que o período que uma presa dedica à amamentação seja tratado como trabalho, permitindo a redução da pena.

Durante a sessão da Terceira Seção do STJ, composta por dez ministros, foi reconhecido que a amamentação e os cuidados com o recém-nascido são atividades que devem ser consideradas para fins de remição da pena, mesmo sem remuneração. Segundo o relator, essa prática é essencial para o desenvolvimento saudável da criança.

O voto foi feito em resposta a um pedido da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, que solicitou a redução de dois meses na pena de uma presa que amamentou seu filho por seis meses na ala materno-infantil da Penitenciária de Mogi Guaçu (SP).

Segundo a Lei de Execução Penal (LEP), permite-se reduzir um dia de pena para cada três dias de trabalho. O pedido da Defensoria havia sido recusado anteriormente nas instâncias do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), que alegou a falta de previsão legal para tal consideração.

O defensor público que apresentou o caso ressaltou que, globalmente, 76% do trabalho de cuidados é realizado por mulheres e não reconhecer essa atividade pode ser visto como uma forma de discriminação de gênero. Ele argumentou que a atividade não gera valor monetário, mas agrega valor à sociedade.

A subprocuradora-geral da República também se pronunciou a favor da proposta, destacando que não se deve considerar os cuidados com as crianças apenas como uma obrigação feminina. Para ela, isso configuran uma discriminação e representa um obstáculo ao acesso das mulheres encarceradas a direitos garantidos pela lei.

O tema continua a ser debatido pela alta corte do país em busca de um entendimento amplo.

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