A Polícia Civil de Uberlândia concluiu o inquérito sobre a morte de Sophia Lauren Lopes Silva, de sete meses, vítima de violência física e sexual em Uberlândia por parte do padrasto. Durante coletiva de imprensa sobre o caso na manhã desta terça-feira (22), a delegada Gabriela Damasceno informou que o bebê foi torturado por Carlos Henrique Gomes Fortunato, de 25 anos, com pancadas na cabeça, tentativa de afogamento e outras agressões. Segundo o inquérito, ele sentia raiva da menina e tinha a intenção de matá-la.
Em depoimento, o suspeito contou que a violência contra Sophia começou por volta das 8h, quando a mulher saiu para trabalhar e só terminou por volta das 12h, momento em que ligou para a companheira relatando os sangramentos da vítima. Ele deu várias cabeçadas, que causaram afundamento de crânio, e colocou o rosto de Sophia por mais de 30 minutos debaixo do chuveiro. A ingestão de água acabou resultando no inchaço abdominal.
“O Carlos ficou com a criança sozinho e disse que tinha raiva do bebê por estar criando filho de outro homem. Ele retirou a criança do chuveiro ainda viva, colocou no sofá, a enxugou e neste momento contou que despertou o desejo sexual”, relatou Damasceno.
O padrasto praticou sexo oral por mais meia hora. Em seguida, limpou a enteada e voltou a cometer agressões físicas com socos no abdômen. Por fim, pegou um travesseiro e asfixiou a vítima até parar de se mexer. O suspeito não assumiu ter feito sexo anal, embora a menina estivesse ferimentos.
Carlos permanece preso no Presídio Professor Jacy de Assis e foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável qualificado, podendo somar até 45 anos de prisão, se condenado.
Bebê já teria sido vítima de agressão
Conforme as investigações, Sophia Lauren já teria dado entrada em uma unidade de saúde em dezembro de 2015 apresentando hematomas pelo corpo e, na época, os funcionários da unidade orientaram a mãe, Fernanda Lopes, de 21 anos, a procurar a polícia. Ela não registrou Boletim de Ocorrência e foi embora da unidade antes de ser advertida pela assistente social.
A Polícia Civil concluiu que a jovem foi omissa por saber os riscos que a filha estava submetida e não ter tomado nenhuma atitude. Carlos chegou a relatar que Fernanda não pediu para uma prima ficar com o bebê, mas pediu diretamente a ele, com a orientação de que não judiasse de Sophia.
Sophia chegou morta em unidade
Quando Fernanda voltou para a casa, no Bairro Laranjeiras, encontrou Sophia sem roupa, ferida e sem respirar. Pegou a criança e a levou para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Sul, no Bairro São Jorge, na companhia de Carlos. O suspeito disse à mulher que a criança havia caído do sofá, justificando os ferimentos.
O padrasto da menina foi preso em flagrante e conduzido para a delegacia de Polícia Civil por estupro de vulnerável. Questionado sobre o assunto, o jovem não quis dizer nada. Aos militares, negou o envolvimento no crime.
A mãe do bebê relatou à polícia que quando iria para o trabalho deixava a criança com uma babá, porém naquele sábado a babá estava fora da cidade e a filha ficaria com uma prima do padrasto, mas acabou ficando com ele mesmo.
A PM informou que por volta das 11h o suspeito teria se comunicado com a mãe da criança dizendo que ela estava no colo dele e caiu. A mãe retornou para casa e o casal levou a criança ferida para a UPA Sul. “Chegando lá foi constatado afundamento craniano, algumas escoriações e penetração na vagina e ânus da criança. Os médicos tentaram reanimá-la, mas ela já havia dado entrada parada cardiorrespiratória”, disse o sargento da PM, Rogério Alves.
Fonte: G1