11h34 30 Março 2016
Atualizada em 30/11/-0001 às 00h00

Justiça condena fazendeiro por trabalho escravo em Campos Altos

Fiscalização flagrou 25 pessoas em condições ilegais de trabalho em 2006. Gerente da fazenda de café também foi condenado pelo crime.
Por Marcelo The Back

Um produtor rural e um empregado foram condenados por manterem 25 pessoas em situação análoga a de trabalho escravo em uma fazenda cafeeira em Campos Altos. A informação foi divulgada nesta terça-feira (29) pelo Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais, que elaborou a denúncia contra as partes. Os réus também foram condenados pelos crimes de aliciamento dos trabalhadores de um local para outro do país.

De acordo com a denúncia, baseada em fiscalização da equipe do Ministério do Trabalho na Fazenda Vitória em 2006, foram encontrados 39 trabalhadores rurais sem o devido registro formal. Desse total, 25 trabalhadores eram submetidos a condições degradantes de trabalho e cerceamento da liberdade de locomoção. As vítimas também trabalhavam 12h diárias de segunda a sábado, incluindo alguns domingos. Eles assinavam os recibos de pagamento sem o devido preenchimento, totalmente em branco.

Os trabalhadores eram condenados a pagar, a título de reparação de dano, R$ 10 mil, na proporção de 90% para o fazendeiro e o restante para o administrador da fazenda. De acordo com a condenação, esse valor será revertido aos programas de erradicação de trabalho escravo da União.

As vítimas foram recrutadas em Barro (CE) por um homem, a pedido do gerente da fazenda, com a promessa de trabalho na plantação de café. Os trabalhadores foram transportados em duas vans, pelo custo de R$ 200 para cada, pelo percurso de 2 mil km. O valor foi pago pelo dono da fazenda e descontado do primeiro pagamento das vítimas.

Condenações
O proprietário da fazenda foi sentenciado a 15 anos de prisão e pagamento de 236 dias-multa. No caso do gerente, a pena é de sete anos, sete meses e 20 dias de prisão, além do pagamento de 132 dias-multa. O homem responsável pelo aliciamento dos trabalhadores responde a processo separado e teve prisão preventiva decretada, mas encontra-se foragido.

Fonte: G1

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