Uma quadra de esportes em uma escola pública construída pelos próprios alunos. Um feito possível na década de 1970 graças à liderança da então diretora da E.E. Padre Clemente de Maleto, D. Claudete Kallil e do professor Vicente de Paula Euzébio. O ano era 1974 e a escola carecia de um espaço onde as aulas de educação física pudessem ser ministradas. As dificuldades de financiamento e mão de obra foram sanadas através da participação coletiva. Os alunos da época, durante dois anos, munidos de ferramentas trazidas de casa e de material proveniente de doações da comunidade, trabalharam com afinco e a quadra foi inaugurada em 1976. Em pouco tempo ganhou iluminação e passou a ser palco das principais competições de esporte especializado na cidade.
Quarenta anos depois, já bastante deteriorada, a quadra foi demolida e desativada. Na última semana, maquinário cedido pela Prefeitura Municipal arrancou o piso, as muretas e a arquibancada. Em seu lugar, será construída uma outra, coberta e com estrutura que abrigará atividades esportivas e culturais.
Em 2013, o Governo de Minas contemplou a escola com a quadra coberta. Processos licitatórios foram realizados, mas frustrados por desistências de empreiteiras vencedoras dos certames. Mas a obra voltou a ser licitada no ano passado e tão logo sejam concluídos os trabalhos de terraplanagem, a empresa responsável iniciará a sondagem do terreno e os serviços de edificação.
Os alunos, no entanto, não ficarão sem espaço para as aulas de educação física durante o período de construção. A escola conta com outra quadra, construída na década de 1990.
“É um sonho antigo dos alunos e de todos nós que trabalhamos no padre Clemente. Um espaço como este irá ultrapassar sua finalidade para a prática de esportes. Ele contará com palco e, por ser coberto, abrigará eventos culturais e poderá servir aos professores para aulas em ambiente diferente”, projeta Juliana Ávila, diretora que tomou posse este ano e que destacou, ainda, o apoio da administração pública municipal: “A prefeitura nos atendeu prontamente quando reivindicamos os serviços de terraplanagem, que não faziam parte do orçamento do projeto”.
NOVA DIRETORIA
A Escola Estadual Padre Clemente de Maleto começou 2016 sob nova administração. A professora de Educação Física Juliana Ávila foi eleita no fim do ano passado para o cargo de diretora. Ela substitui a professora Magda Fuquisato, que esteve no cargo durante 19 anos, sempre mediante processo eletivo.
Desde 5 de janeiro Juliana está trabalhando como diretora de uma equipe com a qual já atua desde 2006. “Já conheço muito bem a realidade da escola, de nossos alunos e a equipe com quem vou trabalhar. Isso facilita porque tenho total confiança em todos”, disse. Ela destacou também a experiência como vice-diretora durante três anos: “Aprendi muito com D. Magda e vamos dar continuidade ao que ela fez com tanta competência. Mas escola tem sempre o que melhorar e é o que vamos buscar o tempo todo”, completou.
As aulas começaram no dia 11 e alguns projetos especiais já estão sendo preparados para serem executados. A “Rádio Escolar”, em que os alunos irão trabalhar com uma emissora interna e o projeto “Escola Aberta”, com atividades esportivas e culturais desenvolvidas nos finais de semana, são projetos que estarão implantados já neste primeiro semestre.
ESTRUTURA PRECÁRIA
Além da qualidade do ensino, outra preocupação da escola Padre Clemente de Maleto é sua estrutura física. A escola completou 50 anos em dezembro de 2015 e o prédio onde funciona é praticamente o mesmo. A área das salas de aula se mantém em bom estado, proporcionado por pequenas reformas como a troca de quadros negros por lousas de vidro e do antigo e desgastado piso de taco por cerâmica.
Estrutura física da escola é preocupação de nova diretoria.
Já a cantina e os banheiros necessitam de uma reforma urgente. “ Nós já temos uma verba de 25 mil reais para reformas estruturais. Precisamos resolver primeiro o problema da cobertura da cozinha. As cantineiras trabalham em situação muito precária. Mas outras coisas também precisam ser feitas e esta verba não é suficiente”, salienta a diretora Juliana. Para ela, sem a participação da comunidade pouca coisa pode ser feita a contento: “ Já fizemos parceria com o Rotary Clube e a Comarca de Campos Altos que nos proporcionaram a possibilidade de gramar nossos jardins e trocar o piso de algumas salas. Precisamos de mais parcerias como esta”.
Fonte: TV KZ