14h42 29 Fevereiro 2016
Atualizada em 29/03/2021 às 15h34

Tango, sofrência ou pagode? Deivid quer Cruzeiro "jogando por música"

Treinador da Raposa admite que equipe precisa melhorar e diz compreender vaias da torcida na saída do Mineirão, após empate com América-MG
Por Priscila Pedroso

Se o Cruzeiro de 2016 tivesse uma trilha sonora, qual seria? Um tango ou uma música latina cairia bem, visto que o elenco tem uma grande turma de gringos. O pagode é um ritmo que não pode faltar no futebol e, na Raposa, claro, rola sempre um batuque no caminho para as partidas. Alguns torcedores certamente indicariam o sertanejo da "sofrência", popular por contar, através da música, casos de dor e sofrimento por amor. No caso dos cruzeirenses, o sofrimento é em decorrência das atuações não convincentes do time de Deivid. Insatisfação que tem se materializado em vaias, em algumas partidas, como ao fim do empate contra o América-MG, neste domingo (veja os melhores momentos no vídeo acima). Mas o treinador é eclético e, independente do ritmo, Deivid quer ver o Cruzeiro jogando por música.

- O time evoluiu, mas eu quero mais. Se você perguntar se eu estou satisfeito eu vou falar que não. Porque eu quero ganhar sempre, quero que meu time jogue por música. Temos dificuldades nos últimos cinco, dez minutos da partida.

As vaias, vindas das arquibancadas, obviamente, não soam como música para o ouvido dos jogadores e do treinador. No entanto, Deivid entende a insatisfação dos torcedores.

- Eu como torcedor faria o mesmo. Eu venho no estádio e quero ver meu time ganhar. Independente do resultado. Tomar um gol no fim, você sai frustrado.

A frustração de tomar um gol no fim pode ser comparada à de desafinar em uma música, após cantar ela toda bem afinado. E o Cruzeiro desafinou contra o América-MG . Sos 46 minutos do segundo tempo, Bryan acertou um lindo chute e empatou a partida. Com o resultado, chegou aos 11 pontos no Campeonato Mineiro e está na segunda posição, atrás apenas do Uberlândia, com 12.

O novo líder do estadual é uma surpresa até Deivid. No entanto, o treinador pondera que o futebol atual é muito parelho e que os times grandes devem estar sempre com precaução para manter o favoritismo.

- Teoricamente, seriam os três, Cruzeiro, Atlético ou América. Mas nem sempre é assim, é futebol, se você perceber ontem. Empatamos com URT em casa, muitos criticaram, e o Atlético perdeu. O Palmeiras perdeu para a Ferroviária, o Corinthians sofreu para ganhar aos 46. Na quinta rodada, eu queria que o time estivesse voando. Mas infelizmente futebol não é assim, futebol é formar uma equipe, dar padrão para que possamos estar bem na competição.

O time celeste agora encara a Caldense, no próximo domingo, às 18h30 (de Brasília), pela sexta rodada do Estadual. O maestro Deivid tem uma semana para usar suas batutas e orquestrar o Cruzeiro para que, neste próximo desafio, o time possa, finalmente jogar por música.

Fonte: GE

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