Araxá
12h42 12 Abril 2016
Atualizada em 30/11/-0001 às 00h00

Catadores de recicláveis reclamam das condições de trabalho em Araxá

Falta de transporte impossibilita coleta que está parada há dois meses. Prefeitura informou que trabalha para solucionar problema.
Por Priscila Pedroso

Catadores de recicláveis estão parados há cerca de dois meses em Araxá, no Alto Paranaíba. O motivo é a falta de transporte para fazer a coleta na cidade. As três cooperativas do município, que já chegaram a ter nove caminhões disponíveis para trabalhar, atualmente estão com atividades suspensas. A presidente da Associação dos Catadores de Materiais Recicláveis de Araxá (Reciclara), Regina Aparecida Martins, explica que sem manutenção, os veículos estragaram, e não há previsão para a reforma.

O G1 entrou em contato com a Prefeitura para saber sobre a situação dos catadores e, por meio de nota, foi informado que não há prazos definidos. A administração municipal disse apenas que a secretaria de Serviços Urbanos está trabalhando e fazendo estudos relacionados à coleta seletiva de lixo na cidade, e sobre a situação dos catadores, para viabilizar a melhor solução possível para o problema.

"Já tivemos nove caminhões que foram estragando sem manutenção adequada. Fizemos campanhas de conscientização na cidade toda. O nosso modelo de trabalho já recebeu prêmios e serviu de exemplo para outras cidades, e hoje estamos nessa situação. Com esse descaso estamos fazemos a coleta de forma errada, no bota-fora da Prefeitura, onde o lixo fica todo misturado. Antes de chegar a esse ponto, precisamos vender as latinhas para colocar diesel nos caminhões da Prefeitura”, desabafou.

Regina ressalta que a cooperativa já chegou a ter uma coleta mensal de 40 toneladas de lixo reciclável, entre papelão, plástico, vidro e alumínio, e renda de mais de R$ 1 mil mensais por catador. “Tínhamos 16 pessoas na cooperativa, hoje temos oito, que são as pessoas que realmente precisam desse trabalho. Nós pegamos o material no bota-fora da Prefeitura, que é o lixão, o restante acaba indo para o aterro, e não conseguimos recolher nem 7 mil quilos por mês”, contou.

A situação das outras cooperativa é a mesma. Todos os catadores trabalham no bota-fora. É o caso de Maurício Ferreira da Silva, que está na profissão há mais de 20 anos. “Esse é o nosso trabalho. Não temos mais um renda fixa, e temos família para criar. O descaso é muito, é um problema simples que se resolvido faria bem não só para nós que dependemos disso, mas para a cidade toda”, disse.

Para a presidente da Reciclara a solução seria a doação de um veículo ou a reforma dos caminhões parados. “Trabalhamos dia e noite, não temos preguiça e gostamos do que fazemos. Já procuramos a Prefeitura, pedimos ajuda a empresas privadas também, mas até agora nada. Com um caminhão pequeno, ou carretinha, já poderíamos retomar o trabalho”, concluiu.

Fonte: G1

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