Os funcionários que trabalham na construção do prédio do Fórum de Campos Altos/MG estão de greve desde a manhã de quinta-feira (9) por atraso no pagamento. Segundo um dos trabalhadores, a construtora Costa Moreira tem atrasado os salários dos funcionários há meses.

Além do pagamento em dia, os operários reivindicam os “Equipamentos de Proteção Individual” (EPI). Durante a gravação de uma entrevista, um dos trabalhadores mostrou um corte em uma das mãos e reclamou sobre a falta de luvas. Os funcionários alegam que os atrasos são recorrentes, desde o início das obras.

O advogado, Lélio Jean da Cruz, que representa os trabalhadores já procedeu com a notificação na manhã desta sexta-feira (10). Segundo o advogado, o direito trabalhista prevê que o caso configura a demissão indireta, quando o funcionário tem todo o direito de receber as verbas indenizatórias. Conforme Lélio, os funcionários insatisfeitos já vão acionar a Justiça do Trabalho e a maioria vão pedir a rescisão indireta.

O engenheiro, responsável pela obra, não quis conversar com a imprensa, porém, a reportagem ligou e obteve respostas junto ao proprietário da Costa Moreira, Rogério Henrique Costa Moreira.

Sobre o atraso, Rogério disse que é de apenas três dias úteis e não vê a necessidade do alarde. Ele lembrou ainda que a cesta básica que deveria ser fornecida com até 10 dias úteis, tem sido entregue até o segundo dia útil do mês. Rogério negou que os atrasos são recorrentes e afirmou, ainda, que desde o início da obra o problema ocorreu em apenas dois meses e com um dia útil de atraso. Questionado sobre os EPI’s, o empresário contou que tudo que é pedido pelo almoxarifado da obra é entregue. Ele contou que estaria vindo a Campos Altos para trazer luvas e camisas; produtos requisitados, segundo ele, pelo almoxarifado. Rogério garantiu que terá uma previsão sobre o pagamento ainda hoje.

A construção do novo prédio do Fórum da Comarca de Campos Altos está sendo realizada em um local que seria a Praça de Esportes e começou em 28 de março de 2019. A obra tem um prazo de execução previsto para 330 dias e ficará em mais de R$ 3 milhões de reais. Os recursos são do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

Com área construída de 776,87 metros quadrados, a edificação terá espaço reservado para a OAB de Campos Altos, salas de audiências, defensoria, promotoria, sala de júri, secretarias; para o desempenho da equipe do poder judiciário da Comarca de Campos Altos. O local contará também com um estacionamento e calçadas frontal e lateral para facilitar o acesso das pessoas até a edificação. Veja abaixo a entrevista com um dos trabalhadores: