Um líder religioso, de 31 anos, foi preso nessa terça-feira (12), suspeito de abusar sexualmente de fiéis em um centro de Umbanda que ele administra no Bairro Novo Horizonte, em Santa Juliana/MG. As vítimas, incluindo crianças, adolescentes e adultos, relataram à polícia que os abusos aconteciam durante rituais religiosos. Outro homem, de 22 anos, também foi preso, acusado de envolvimento nos crimes (veja o vídeo no final da matéria).
De acordo com informações do site Paranaíba Mais, o caso veio à tona após dez vítimas, com idades entre 12 e 18 anos, acompanhadas de seus responsáveis, procurarem a Polícia Militar (PM) para denunciar os abusos. Segundo os relatos, o homem, que se autodenomina "pai de santo", organizava encontros regulares no terreiro e, sob o pretexto de realizar práticas espirituais como "cura de traumas" e "troca de energia", cometia os abusos.
O suspeito, em tese, oferecia bebidas alcoólicas aos participantes dos rituais, alegando que isso fazia parte da cerimônia. Algumas vítimas relataram que se sentiam pressionadas a consumir álcool e até mesmo fumar uma substância desconhecida em um cachimbo. Em caso de recusa, o líder religioso ainda supostamente as ameaçava de expulsão do centro.
Para justificar os abusos, os denunciantes disseram que o homem utilizava um discurso místico, afirmando estar possuído por uma entidade espiritual e que os atos faziam parte dos rituais de cura. As vítimas contaram ainda que ele também usava de violência física e ameaças para garantir o silêncio delas.
Uma das mães que denunciou o caso relatou que já desconfiava do local, por ser frequentado majoritariamente por crianças e adolescentes. "Ela sempre me pedia para ir com as colegas nesse terreiro. Aí eu fui pesquisar na internet como que era, então vi que só tinha crianças e adolescentes. Eu disse para ela 'não vai porque é estranho', mas ela acabou indo e aconteceu isso, foi abusada lá", contou.
Em seus depoimentos, algumas vítimas mencionaram a participação de outros dois homens nos abusos. Os militares prenderam o líder religioso e outro suspeito. Este último confessou sua participação nos crimes. No entanto, o líder religioso ficou em silêncio. O caso deverá ser investigado pela Polícia Civil (PC) para identificar outros possíveis envolvidos.
A PM acredita que podem existir outras vítimas e incentiva a denúncia junto à polícia.
Assista ao momento em que suspeitos chegaram em Araxá na delegacia (ative o som):
