Economia
17h40 23 Abril 2025
Atualizada em 23/04/2025 às 17h40

Moedas globais: Dólar sobe após Trump falar em tarifa menor à China e permanência de Powell

Por Pedro Teixeira, especial para o Broadcast* Fonte: Estadão Conteúdo

O dólar inverteu a tendência de ontem e voltou a se valorizar frente às principais moedas globais nesta quarta-feira, após o presidente Donald Trump afirmar, na véspera, que as tarifas sobre a China deverão "cair substancialmente" e que ele não tem "nenhuma intenção" de demitir o chefe do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, como vinha sinalizando.

O índice DXY, que mede o desempenho do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu 0,94%, para 99,844 pontos. Por volta das 17h (horário de Brasília), o dólar avançava para 143,40 ienes, enquanto o euro recuava para US$ 1,1327 e a libra esterlina era negociada em baixa, a US$ 1,3267.

A pressão de Trump para que o banco central dos EUA cortasse a taxa de juros vinha prejudicando o status de porto seguro dos ativos americanos, acentuando a liquidação de títulos e dólares desencadeada pelas tarifas anunciadas no início do mês.

"As políticas de Trump geraram um problema de credibilidade para o dólar", afirma em nota o estrategista de câmbio do Unicredit Research, Roberto Mialich. "Um declínio adicional da atual dominância da moeda americana - especialmente nas reservas cambiais e nos pagamentos internacionais - pode ser esperado nos próximos anos", diz.

É improvável que o dólar perca seu papel de moeda de referência global tão cedo, embora isso se deva principalmente à falta de alternativas viáveis, avalia Mialich. No entanto, as políticas de Trump podem reduzir, com o tempo, a dependência global do dólar, acrescenta.

O economista Ed Yardeni e sua equipe de pesquisa acreditam que é prematuro falar em perda de confiança nos EUA como porto seguro financeiro. Apesar da liquidação que levou a uma queda significativa do DXY neste início de ano, o dólar manteve uma tendência de alta nos últimos 15 anos, observam.

"Os mercados de capitais dos EUA continuam sendo os maiores e mais líquidos do mundo. Isso não vai mudar tão cedo", escreve a equipe de Yardeni.

Dados acima do esperado de vendas de imóveis ajudaram a dar suporte ao dólar, enquanto o PMI dos EUA indicou enfraquecimento da atividade. Em contrapartida, indicadores fracos da atividade econômica na Europa pesaram no euro e na libra.

*Com informações da Dow Jones Newswires

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