Em agenda nos Estados Unidos, o diretor de Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Paulo Picchetti, indicou nesta quinta-feira, 24, que a palavra "incerteza" está disseminada nas conversas que manteve nos últimos dias. Nesta tarde, ele participa de um evento do Itaú em Washington. "Se eu tivesse um dólar para cada vez que ouvi a palavra incerteza, eu pagaria um jantar para todos hoje", brincou no início da palestra.
Na apresentação, ele pontuou que a inflação no Brasil está alta e disseminada, e que essa situação aparece em todas as medidas de núcleo, com números bem acima do teto da meta de inflação. "Isso é uma grande preocupação e temos comunicado isso em nossas atas e decisões", disse o diretor.
Picchetti observou que a alta no preço dos alimentos é um dos assuntos que chamam atenção e que, apesar da volatilidade, as medidas continuam apontando para cima. Além disso, os bens industriais, cujos preços costumavam se comportar bem, também estão sofrendo com a inflação, além dos serviços, que são um ponto de preocupação importante para o Banco Central, disse o diretor.
Sobre as expectativas do mercado, Picchetti mostrou os dados da Focus, apontando que o intervalo das distribuições de expectativas de IPCA está crescendo. "O problema é que 2025 está com as expectativas muito acima do teto da meta, e 2026 está no teto da meta. As expectativas nunca estiveram ancoradas no centro desde o início de 2024, mas muitas coisas aconteceram desde então", afirmou.