A advogada Larissa Ferrari, de 28 anos, denunciou o jogador Dmitri Payet, do Vasco, por violência física e psicológica. Ela realizou boletim de ocorrência (B.O.) contra o meio-campista francês de 38 anos, além de um pedido de medida protetiva. O Estadão entrou em contato com o clube carioca, que não se manifestou sobre o tema. A reportagem busca a defesa do atleta e a matéria será atualizada em caso de posicionamento.
Larissa realizou B.O. no dia 30 de março, em União da Vitória no Paraná. No documento ao qual a reportagem teve acesso, ela alegou viver um "relacionamento conturbado" com o Payet e que, após deixar o Rio para a cidade paranaense, passou a receber "ameaças veladas" do atleta, com frases como "vou mandar alguém aí para cuidar de você" e "vou mandar alguém aí para deixar você segura".
A advogada diz ainda que o jogador sempre demonstrou comportamento "agressivo e controlador", fazendo com que ela se sentisse "ameaçada e coagida". A Polícia Civil do Paraná instaurou um inquérito para averiguar o caso.
Um primeiro boletim de ocorrência foi registrado por Larissa no Rio de Janeiro, em 29 de março. No documento, a advogada afirma que sofreu "violência física, moral, psicológica e sexual" de Payet, o que teria deixado marcas em seu corpo. De acordo com a denúncia, as agressões ocorreram entre 25 de janeiro e 6 de fevereiro.
"Dimitri (Payet) sabia da minha paixão e problemas psicológicos, usando isso contra mim. Dimitri me convenceu através da psicologia para colocar minha cabeça no lixo, vaso sanitário, me fazer tomar minha própria urina e outras bizarrices sexuais. Tenho problemas psicológicos e se agravaram", diz trecho do documento.
Larissa sofria de Borderline, transtorno caracterizado por instabilidade emocional, impulsividade e problemas de relacionamento. A advogada tem dois filhos, de 4 e 7 anos, e não está com a guarda deles pois não se sente capacitada a cuidar devido problemas psicológicos. As informações estão indicadas em prontuários médicos de consultas realizadas em unidades de saúde no Paraná entre 17 de março e 4 de abril. Larissa relatou estar assintomática durante o período em que ficou no Rio, mas voltou a apresentar os sintomas nas semanas antecederam a volta para o Paraná. Ela foi medicada e encaminhada ao Centro de Atenção Psicossocial (Caps).
Larissa expôs o caso em suas redes sociais e recebeu diversas mensagens de ódio. Em carta direcionada ao Vasco e sua torcida publicada por ela no Instagram, a advogada, que tem mais de 160 mil seguidores, diz que "acreditava que o clube iria apresentar uma declaração pública e jurídica sobre a instauração policial". Ela espera ainda que a exposição ajude outras mulheres que sofram agressões a quebrar o silêncio e a buscar ajuda.
Payet fez carreira na Europa, com passagem marcante pelo Olympique de Marselha, da França, e West Ham, da Inglaterra. Ele chegou ao Vasco em 2023, mas teve dificuldade de se firmar como titular. Neste ano, ele fez 15 jogos, sendo apenas três como titular.
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